Você pode armazenar energia de diversas maneiras.
Os combustíveis
líquidos cabem bem em tanques, a eletricidade fic
a bem comportada dentro de baterias e até a energia cinética pode ser guardada em rodas voadoras.
Mas como guardar
calor?
O calor é uma
excelente forma de energia, usado, sobretudo para ser transformado em
eletricidade - usinas a gás, a diesel, a carvão ou nucleares, são todas usinas
termoelétricas, que convertem calor em eletricidade.
Ocorre que apenas
cerca de metade do calor gerado nas termoelétricas é efetivamente convertido em
eletricidade. Já em outras atividades, a quase totalidade do calor gerado pelo
homem é simplesmente desperdiçado, lançado no ambiente.
Uma forma
eficiente de capturar e guardar esse calor - sejam o calor do Sol, o calor
gerado por uma indústria, ou mesmo o calor gerado pelo motor de um carro -
poderia traçar um novo quadro no campo da geração de energia.
E cientistas
alemães parecem estar perto disso.
Armazenamento termal por absorção
Mike Blicker e
seus colegas do Instituto Fraunhofer apresentaram os primeiros resultados de
uma pesquisa com resultados literalmente quentes.

O novo sistema de
armazenamento termal usa esferas de zeólitas, um mineral extremamente poroso, o
que significa que ele possui uma área superficial muito grande: somando a área
interna de seus dutos, um grama de zeólita tem uma superfície de 1.000 metros
quadrados.
Quando a zeólita
entra em contato com vapor de água, ela aglomera o vapor no interior de seus
poros por meio de uma reação físico-química.
A seguir, a água
pode ser removida do material, deixando a energia térmica armazenada - um
fenômeno conhecido como armazenamento termal por absorção.

Para retirar o
calor basta colocá-las na água. A reação é invertida e a água fica quente.
Enquanto as
zeólitas ficaram secas, o calor fica armazenado, por um tempo praticamente ilimitado.
Bateria térmica
Embora esse
princípio já seja conhecido há bastante tempo, ninguém o havia usado para
construir um dispositivo prático. "Nós pegamos o princípio e confirmamos
que ele é tecnicamente factível," contou Blicker.
Ele e seus
colegas começaram com um protótipo pequeno, de 1,5 litros. Com os bons
resultados, eles passaram para uma etapa com 15 litros.

Os testes
mostraram que as zeólitas podem ser aquecidas e resfriadas milhares de vezes,
sem apresentar qualquer sinal de desgaste.
De posse de seu
reator móvel, eles pretendem agora testar o sistema em diversas condições,
otimizando seu rendimento e tentando baixar os custos de fabricação do reator.
O foco inicial
serão aplicações industriais, mas os engenheiros afirmam que essa bateria
termal poderá ser fabricada em diferentes tamanhos, servindo até mesmo para
residências.
RICARDO LOPES
ENGENHEIRO CIVIL,
M.Sc.
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